Com o conhecimento dos eventos cósmicos que já temos, abrimos infinitas possibilidades para visitas e colonizações interplanetárias, e não perdemos nada ao imaginar um encontro épico com civilizações longínquas. Afinal, já dizia Carl Sagan “Se não existe vida fora da Terra, então o universo é um grande desperdício de espaço, mas o que é mais assustador? A ideia de extraterrestres em mundos estranhos, ou a ideia de que, em todo este imenso universo, nós estamos sozinhos?” Seja qual for a resposta para essas duas perguntas, a conclusão será sempre assombrosa. Mas de uma coisa temos certeza: existem certos mundos que você não vai querer colocar os pés. E nós explicaremos o motivo.
PLANETA NETUNO
Netuno não nos parece tão perigoso assim, mas depois de conhecer um pouquinho mais sobre esse planeta localizado nos confins do sistema solar, certamente você irá abortar a missão de visitá-lo. Ventos fortes de impressionantes 2.400 quilômetros por hora empurram nuvens congeladas de gás natural além da borda norte da Grande Mancha Escura do planeta – um furacão do tamanho da Terra. 2.400 quilômetros por hora é praticamente o dobro da velocidade necessária para quebrar a barreira do som, e tais forças estão claramente além do que um humano poderia suportar. Em outras palavras, uma pessoa que estivesse em Netuno provavelmente seria destruída e perdida para sempre nessas correntes violentas e perpétuas de vento.
PLANETA MARTE
O planeta vermelho parece o destino mais viável para futuras colonizações, mas para isso, teremos muitos desafios a serem superados. Um deles são tempestades de poeira que podem se desenvolver em questão de horas e envolver o planeta inteiro em pó em poucos dias. Marte possui as maiores e mais violentas tempestades de poeira do nosso sistema solar. Os vórtices de poeira marcianos elevam-se sobre suas contrapartes terrestres, atingindo a altura do Monte Everest com ventos superiores a 300 quilômetros por hora. Quando uma tempestade se desenvolve, pode demorar meses para que toda poeira se assente e volte ao que era antes.
A Bacia de Hellas, por exemplo, é a cratera de impacto mais profunda do Sistema Solar: as temperaturas na parte inferior da cratera podem ser 10 graus superiores do que na superfície – e a cratera está profundamente cheia de poeira. Acontece que a diferença de temperatura acaba alimentando a ação do vento que aspira a poeira e, em seguida, a tempestade emerge da bacia, em um ciclo sem fim.
PLANETA PLUTÃO
O planeta-anão mais famoso parece inofensivo, mas não se engane: este não é um país das maravilhas do inverno. Plutão é sim, extremamente frio, porém sua constituição é de nitrogênio congelado, monóxido de carbono e metano – que cobrem a superfície como neve durante a maior parte do seu ano plutoniano de 248 anos terrestres. O gelo foi transformado de branco para marrom-rosado por conta das interações com os raios gama do espaço profundo e do sol distante. Em Plutão, durante um dia comum, o sol fornece tanto calor e luz quanto a lua cheia na Terra, o que significa que a temperatura da superfície por lá é de de 228 a 238 graus negativos. Em outras palavras, seu corpo congelaria instantaneamente, um motivo mais do que o suficiente para nunca visitar o planeta-anão, não é mesmo?
PLANETA 51 PEGASI B
Esse planeta foi apelidado de Belerofonte, em homenagem ao herói grego que doma o cavalo alado Pégasus. Esse gigante gasoso é 150 vezes mais massivo que a Terra e é composto principalmente de hidrogênio e hélio. O problema é que Belerofonte está 100 vezes mais próximo de sua estrela do que o nosso planeta do sol e, esse calor cria uma atmosfera com um nível de ventos pra lá de bizarro. À medida que o ar quente sobe, o ar frio desce para substituí-lo, formando ventos de 1.000 km por hora. O calor também garante que não exista vapor de água, mas isso não significa que não ocorram chuvas ali no planeta. O calor lá é tão intenso que permite que o ferro que compõe o planeta seja vaporizado. Então, na medida em que o vapor sobe, nuvens de ferro se formam, muito semelhantes às nuvens de vapor de água aqui na Terra. A diferença, bem… é que você não iria querer tomar um banho de ferrugem nesse local, não é mesmo?
PLANETA JÚPITER
O maior planeta do sistema solar produz tempestades duas vezes maiores e mais extensas que a própria Terra. Essas tempestades geram ventos de 400 km/h e raios titânicos 100 vezes mais brilhantes que os que vemos em nosso céu. Para deixar o cenário ainda mais assustador, sob essa atmosfera escura ainda há um oceano de 40 mil km de profundidade de hidrogênio metálico líquido. Aqui na Terra, o hidrogênio é um gás incolor e transparente, mas no núcleo de Júpiter, o hidrogênio se transforma em algo nunca visto em nosso planeta. Nas camadas externas do gigante gasoso, o hidrogênio fica sob a forma de gás, assim como na Terra. Mas à medida que você avança, a pressão atmosférica se torna tão grande que chega a comprimir os elétrons dos átomos de hidrogênio.
PLANETA DE CARBONO
O planeta Terra mantém uma alta proporção de oxigênio e carbono, mas por incrível que pareça, o carbono representa apenas 0,1% da massa de nosso mundo. É por isso que temos uma escassez de materiais à base de carbono, como combustíveis fósseis e diamantes. Mas, no centro de nossa galáxia, onde o elemento é mais abundante que o oxigênio, a formação de planetas ocorre de forma bem diferente. E é exatamente aqui que você encontra o que os cosmólogos chamam de planetas de carbono. Em um mundo como esse, o céu matinal seria tudo menos cristalino e azul como aqui na Terra. Imagine algo como uma névoa amarela com nuvens negras de fuligem. Ao adentrar a atmosfera, você encontraria mares negros, compostos de petróleo e alcatrão. A superfície do planeta borbulha com poços de metano fedorento. A previsão do tempo também não parece boa: chuvas de gasolina e um calor tão intenso que deixaria Mordor no chinelo. Mas a boa notícia é que, pelo menos, a riqueza seria garantida: afinal onde o carbono é abundante, você também encontra grandes quantidades de diamante.
PLANETA VÊNUS
De bonito, Vênus só tem o nome e a mitologia. Apesar de estar em uma zona habitável e ser similar à Terra em muitos aspectos, existem algumas diferenças notáveis que fazem de Vênus o último lugar que alguém escolheria para viajar. A atmosfera do planeta é muito densa e hostil à vida como conhecemos, e a temperatura é tão alta que é capaz de derreter chumbo. Vênus é como um inferno e, embora o dióxido de carbono seja invisível, as nuvens no planeta são compostas por ácido sulfúrico. Nós não podemos ver além dessas nuvens, de modo que o que sabemos sobre a superfície, foi coletado por naves espaciais equipadas com instrumentos de imagem por radar, capazes de ver além das nuvens e revelar um pouco do mundo oculto sob elas.
PLANETA COROT-EXO-3B
Esse é o exoplaneta mais denso e maciço até hoje conhecido: ele é do tamanho de Júpiter, mas possui 20 vezes a massa do gigante gasoso. Isso torna o COROT-exo-3b duas vezes mais denso que o chumbo. O grau de pressão exercida sobre um ser humano que caminha pela superfície de um planeta assim seria insuportável e a pessoa pesaria centenas de vezes o que pesa na Terra. Em outras palavras, essa quantidade de pressão esmagaria o seu esqueleto em instantes, como se houvessem vários elefantes se sentando sobre o seu peito.
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