Data atual:24 de novembro de 2024

Apocalipse Nuclear: o dia que quase de findou o Mundo

27 de outubro de 1962 é provavelmente a data mais importante da história da humanidade, mas poucos realmente sabem. Foi o dia em que a toda a civilização humana ficou mais perto de ser aniquilada. Bastava que alguns eventos daquele dia tivessem ocorrido de forma ligeiramente diferente… ou que um apenas um único homem tivesse tomado uma ação contrária.

Nos anos 60, o mundo vivia o começo do auge da Guerra Fria, e entender isso é importante para contextualizar essa história. As duas superpotências da época, Estados Unidos e União Soviética, viviam sob um tenso duelo baseado na ameaça constante de um conflito nuclear apocalíptico, ondas bombas nucleares cada vez mais potentes eram desenvolvidas por ambas as partes. E esse apocalipse quase veio à tona. Mas para isso, precisamos voltar 3 anos, em 1959, quando o governo anterior de Cuba foi derrubado por um novo comunista. Era o primeiro país ocidental a se aliar abertamente à União Soviética, e a apenas 780 quilômetros da Flórida. O que poderia dar errado?

Apocalipse Nuclear: o dia que quase de findou o Mundo 11Em maio de 1962, o presidente soviético Nikita Khrushchev e o ditador cubano Fidel Castro chegaram a um acordo que permitiu aos soviéticos construir vários locais para lançamento de mísseis a partir da ilha, incluindo estocagem de mísseis nucleares – 42 deles. Depois que as bases foram descobertas pelos Estados Unidos no início de outubro, o presidente John F. Kennedy manteve uma série de conversas sobre a crise com seus conselheiros e, no final daquele mês, fez uma transmissão televisiva para o país, alertado que a qualquer momento o país poderia ser atacado, mas não só. Mísseis de longo alcance, capazes de transportar ogivas nucleares por mais de 2 mil quilômetros, podiam alcançar qualquer cidade nos Estados Unidos, América Central e norte da América do Sul. Era também um mecanismo de defesa contra os mísseis balísticos estadunidenses colocados na Itália e na Turquia, capazes de atingir a União Soviética em 15 minutos. Foram 13 dias que o mundo viveu sob forte tensão. Um primeiro disparo levaria a uma cadeia de eventos que poderia culminar em uma série de ataques nucleares sobre as principais cidades do planeta. Mas antes de saber como tudo aconteceu, precisamos falar sobre esse homem.

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Vasili Arkhipov era o segundo comandante a bordo do submarino Soviético B-59, que portava armas nucleares no mar do Caribe. Antes disso, foi oficial executivo do submarino de mísseis balísticos K-19. Ele ,junto com seus colegas, salvou a embarcação de um derretimento nuclear depois que seu único reator de refrigeração falhou. Arkhipov sofreu ferimentos graves de radiação no mesmo incidente, que matou a maior parte da tripulação, mas conseguiu sobreviver. Sequência de eventos Em outubro de 1962, o B-59, submarino soviético que carregava 22 torpedos e uma arma nuclear, parte rumo a Cuba, junto com outros submarinos. Os capitães dos submarinos tinham permissão para disparar a arma nuclear, sem ter que esperar ordens de Moscou, caso fossem atacados pelos navios norte-americanos, logo acima deles. Em 27 de outubro, o USS Beale, um destroier dos Estados Unidos, começou a lançar cargas no mar como sinal para fazer os submarinos soviéticos emergirem. Eles não faziam ideia da carga letal que o submarino carregava, e não tinham a intenção de destruir as embarcações inimigas.

Em uma tentativa de se esconder dos norte-americanos e temendo que as cargas o afundassem, o B-59 desceu muito fundo no mar e ficou incapaz de receber qualquer sinal de rádio, seja de Moscou ou dos navios inimigos. Sem nenhuma comunicação externa, o capitão Savitsky, do B-59, pensou que as cargas lançadas eram resultado de uma guerra já estourada e ordenou que os torpedos nucleares fossem lançados em direção à várias cidades dos Estados Unidos. Mas a decisão deveria ser aceita pelos três oficiais a bordo. As temperaturas ultrapassaram os 37 graus. O sistema de ar condicionado estava avariado e o submarino não podia ir à superfície sem se expor. Após uma acalorada discussão, o comandante Arkhipov foi o único contra o lançamento. Após persuadir seus colegas a subir para aguardar ordens de Moscou, ele acabou evitando a guerra nuclear, que certamente ocorreria se a arma russa tivesse sido lançada. O mundo tem muita sorte que naquele momento critico, alguém suficientemente calmo, cuidadoso e frio o suficiente estava lá para dizer não. Não foi apenas o momento mais perigoso da Guerra Fria. Foi o momento mais perigoso da história humana.

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