Imagine um dia em você acorda, pega o seu smartphone, e percebe que não há sinal de Internet. Bom, você pensa que é um problema temporário, e segue a sua rotina. Você se arruma para o trabalho, e percebe que o GPS do carro também não funciona. Não é o fim do mundo, mas ao sair de casa, você percebe algo estranho. Filas e mais filas nos caixas eletrônicos – nenhum deles também funciona. Seria bom voltarmos a ter velhos hábitos? Será que a Internet pode mesmo deixar de existir?
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SERIA O FIM DO MUNDO FICAR SEM INTERNET?
O ano é 2020. E a cada dia que passa o mundo fica mais dependente da rede mundial de computadores. Usamos a Internet para tudo: desde nos comunicar com um parente distante através das redes sociais, como fazer operações bancárias, pedir comida via delivery e até mesmo trabalhar.
Segundo dados da ONU, cerca de 4 bilhões de pessoas possuem acesso à internet, o que representa mais da metade da população mundial. Existe tanta variedade e facilidade nos recursos online que, a cada dia, nos tornamos mais e mais dependentes da internet para tudo o que podemos imaginar.
Mas, o que será que aconteceria se, do nada, houvesse algum tipo de problema global em todos os sistemas web na Terra? Bem, de início vale a pena lembrar que a internet é uma invenção muito recente. E por mais que a usemos para tudo, ainda não nos ajustamos em um modo de vida 100% dependente dela. Então podemos antecipar que sim, sobreviríamos a esse cenário, mas será muito complicado resgatar hábitos dos anos 80.
VOLTANDO À VELHOS HÁBITOS
Desde o momento em que você começou a ler esse artigo, 500 mil e-mails foram enviados, 15 milhões de pesquisas foram feitas no Google, 200 mil fotos foram para o Instagram, 1 milhão e meio de Tweets foram publicados e 16 milhões de gigabytes foram gastos em tráfego web em todo o mundo.
Não seria fácil se acostumar a uma vida onde você precisaria voltar a escrever cartas ou ir até o banco para realizar uma simples transação financeira.
Até mesmo serviços básicos como mensagens de texto ou serviço de telefone celular podem ficar indisponíveis. Isso porque a infraestrutura para esses serviços também faz parte da Internet.
Alguns serviços de cabo e satélite também colapsariam, mas você
ainda poderia acessar a programação de televisão enviada por torres de transmissão se ainda tiver uma antena. Se a Internet parasse de funcionar do nada, todos os nossos arquivos hoje na nuvem ficariam indisponíveis, e com tudo isso, os próprios bancos e empresas, cada vez mais conectados, fariam o mundo parar, pelo menos por alguns meses.
A economia mundial entraria em colapso. Todos os sites ficariam offline e, com isso, empresas colossais como Google, Facebook, ou Amazon se tornariam obsoletas instantaneamente. Outras como Microsoft e Apple veriam grandes partes de suas operações desaparecerem, e até os pequenos mercados do seu bairro que apenas usam a Internet para promover a sua marca seriam afetados negativamente. Se a crise continuar, muitas empresas fechariam suas portas.
QUAL SERIA O RESULTADO?
Milhões e milhões de desempregados, e uma crise sem precedentes, e não há como se recuperar de uma perda de trilhões de dólares em tão pouco tempo. O impacto seria bem grande nos locais em que há a maior concentração de riqueza: metade do PIB de muitas nações iria por água abaixo. Felizmente, os registros de nossas contas bancárias estão em servidores de uma rede interna privada.
Por outro lado, a insegurança das pessoas perante o futuro faria com que os bancos sofressem instabilidades, já que muitos clientes fariam resgates e saques de seus fundos e investimentos. Uma das consequências do colapso da internet é um mundo indefeso. Sim, hoje as nações mais poderosas dependem de agências de inteligência não só para espiar outros países, mas para montar complexos sistema de defesa que, uma vez desligados, deixariam países como Estados Unidos, China e Rússia vulneráveis a todos os tipos de ataque.
Outra consequência seriam as filas e o trânsito. Se você mora em uma cidade grande e acha ruim o tumulto de hoje em dia, saiba que sem internet isso seria muito pior. Muitos dos serviços são online e, sem essa facilidade, o atendimento presencial voltaria para preencher formulários, solicitar documentos e sacar dinheiro. Isso aumentaria a oferta por obra-de-mão barata, à medida que empregos especializados continuariam a ser cada vez mais escassos. O uso do papel aumentaria por conta dos jornais e revistas, que seriam vendidos a preços mais altos.
COMO FICARIA AS NOTÍCIAS EM TEMPO REAL?
Somente no rádio e na televisão pela antena. Enquanto o preço do papel aumenta, os celulares e computadores veriam seus preços caírem, já que serviriam apenas como máquinas de escrever, imprimir ou tirar fotos. Bem, se a Internet deixasse de existir, o mundo demoraria para se ajustar, e voltaríamos a viver como nos anos 80. Aos poucos, os bancos e empresas sobreviventes se adaptariam.
QUAL SERIA O LADO BOM DE FICAR SEM A INTERNET?
A socialização, que perdeu a sua essência com o advento das redes sociais, voltaria a ser como era antes. Para os viciados em internet, um sentimento insuportável de solidão e isolamento se tornaria perturbador e, com isso, surgiriam clínicas de tratamento às pressas para os dependentes da rede mundial de computadores. Enquanto uns choram, outros vendem o lenço, não é mesmo?
Por fim, podemos concluir que nós, como seres humanos adaptáveis que somos, encontraríamos um jeito de sobreviver e inovar perante a uma nova realidade.
MAS SERÁ QUE É POSSÍVEL QUE UM DESASTRE DESSE ACONTEÇA?
É praticamente impossível. Isso por que a Internet não depende apenas de uma enorme sala com muitos cabos e servidores, e não existe um botão de ligar ou desligar. Ela está espalhada pelo mundo, composta por complexas redes que atravessam continentes e se estendem sob oceanos.
As conexões pela Web são flexíveis. Quando você usa o computador para entrar em contato com outra máquina online, os dados podem atravessar uma de dezenas de milhões de caminhos.
De forma resumida, rotas dinâmicas e servidores descentralizados são um dos segredos para uma internet tão robusta. Mesmo que uma seção inteira da web ficasse offline após um desastre natural ou um ataque nuclear, outras seções permaneceriam funcionais, só um pouco mais lentas.
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