Dimensões continentais, uma diversidade impressionante e contrastes que pouco podem ser vistos em outros cantos. O Brasil tem de tudo um pouco, e é preciso mais do que uma vida para conhecer tudo o que nele existe.
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ACELERADOR DE PARTÍCULAS
Era 2008, e o mundo tinha seu primeiro contato com a avançada tecnologia dos aceleradores de partículas. Naquele ano, era inaugurado o Grande Colisor de Hádrons, mais conhecido pela sigla LHC, na fronteira franco-suíça.
Quem tem boa memória vai lembrar que a novidade surgiu com muita desconfiança, e muita gente achava que os experimentos ali feitos poderiam criar um buraco negro. Mas o tempo passou e nenhuma das previsões apocalípticas se concretizou, e hoje em dia os aceleradores de partículas não são assim tão raros. Tanto é que até mesmo aqui no Brasil temos um! Ele fica na cidade de Campinas, no interior de São Paulo.
Com 518 metros de circunferência, o Sirius não é tão grande como o LHC, mas é a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no país, com uma tecnologia que hoje não pode ser encontrada em nenhum outro lugar do Hemisfério Sul.
As pesquisas e experimentos feitos no Sirius vão até o limite do permitido pela física, e alcançam as menores escalas do universo. Ali, elétrons são acelerados para velocidades próximas a da luz, dando origem a um tipo especial de luz, a síncroton, de amplo espectro e altíssima intensidade, que ajuda revelar estruturas de vários tipos de partículas, orgânicas e inorgânicas, podendo ser usada em várias aplicações científicas, como medicina, biologia, agricultura, e muito mais.
CRATERA DE IMPACTO
Se você mora no bairro de Parelheiros, na cidade de São Paulo, está em uma região que foi o palco de uma queda de um corpo celeste há milhões de anos atrás. A cratera de Colônia tem 3 quilômetros e meio de diâmetro, e 300 metros de profundidade.
Desde a sua formação, ela foi sendo preenchida com sedimentos e restos de vegetação, que constituem um verdadeiro arquivo das mudanças climáticas da região e do planeta.
Hoje, os cientistas trabalham para decifrar todas as pistas que a Cratera de Colônia dá. Mais especificamente, a pergunta que eles tentam responder analisando os sedimentos presentes na cratera é como evoluiu a Mata Atlântica nos últimos milhões de anos, ajudando a completar o quebra-cabeça da história da região.
Para determinar se foi de fato um asteroide ou cometa que caiu, e a idade aproximada da cratera, os cientistas colheram amostras de minerais específicos do solo, como o quartzo e zircão. Eles só se formam em uma pressão superior a 40 quilobars e uma temperatura da ordem de 5 mil graus, condições que só são atendidas com uma forte liberação de energia, como a resultante do impacto de um corpo celeste.
Resta saber se foi um cometa ou um meteorito.
ESTAÇÃO NA ANTÁRTIDA
A Comandante Ferraz é uma instalação de pesquisa brasileira que fica na ilha do Rei George, na Antártida. Apesar de não estar dentro do território brasileiro, a estação não poderia ficar de fora, já que muita gente ainda não sabe que o Brasil tem importância relevante nos estudos feitos lá no continente gelado.
Inaugurada em 1984 e totalmente remodelada no começo de 2020, o complexo conta com cerca de 100 habitantes. Todos os anos, a Marinha promove a troca dos ocupantes da estação, enviando uma nova equipe para o lugar.
O Brasil é um dos 29 países presentes no continente, que não tem governo, não pertence a nação alguma, e é considerado uma área de preservação científica. São 17 laboratórios instalados com dezenas de pesquisas sendo feitas, incluindo as que trazem benefícios para as áreas da medicina, com a formulação de medicamentos; da agricultura, no desenvolvimento de novos pesticidas; e da indústria, na fabricação de produtos como anticongelantes e protetores solares.
VULCÃO
Sim, o Brasil possui um vulcão, mas não um vulcão qualquer. É o mais antigo do mundo. Ele se chama Amazonas, mas não há com o que se preocupar, pois está inativo e o que antes era uma região perigosa, hoje esbanja intermináveis áreas verdes. O vulcão fica em Uatumã, entre os rios Tapajós e Jamanxin, em uma região formada por rochas vulcânicas que mostram a potência do monte em seu auge.
Estima-se que o vulcão Amazonas se formou há pelo menos 2 bilhões de anos, e possuía um cone de 400 metros de altura no auge de sua história. Hoje, sua cratera de 22 quilômetros de diâmetro está escondida sob uma densa vegetação.
CIDADE PERDIDA
De fato, a região amazônica esconde muitos segredos e mistérios. Além de vulcões, um dos segredos mais bem preservados de lá é a cidade perdida de Kuhikugu, também conhecida como ‘X11’.
Essa antiga cidade pré-colombiana fica no Parque Indígena do Xingu, e chegou a ser o lar de 50 mil habitantes, tendo seu auge há cerca de 1500 anos. Hoje, é considerado um rico sítio arqueológico, com estradas, trincheiras e resquícios de fortificações.
Assim como outras populações nativas do continente americano, o povo que habitava a cidade sofreu com a entrada de doenças trazidas pelos europeus, como a caxumba e a varíola, mas a população não foi totalmente dizimada, e resistiu ao avanço das conquistas europeias.
Os remanescentes do povo que habitava a cidade são chamados de ‘kuikuros’, um povo que ainda preserva o idioma da antiga população, bem como alguns hábitos, como o cultivo da mandioca.
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