Você, meu caro leitor, já reparou na quantidade de super-heróis estadunidenses que usam as cores da bandeira dos Estados Unidos nos seus uniformes? Muito provavelmente sua resposta será sim, afinal essas personagens vivem entrado na sua casa e na sua vida pelas mais diversas mídias, muitas vezes se tornando (desculpe-me pelo trocadilho) super fenômenos pop que perduram por gerações. Mas aí surge uma questão: será que esses super-heróis apenas expressam o patriotismo do povo norte-americano, ou há algo a mais por trás disso?
Exemplos desses heróis são o que não faltam: tem o Superman, com seus super poderes praticamente ilimitados que o tornam quase invencível. Outra é a Mulher Maravilha (podia ser chamada de Super Woman!) com algumas características semelhantes a do Superman (uma especie de versão feminina do mesmo) como super força, voo, e etc e tal . Claro, não podia de deixar de entrar nesses exemplos também o Capitão America, (o exemplo mais aberto de uso das cores da bandeira americana).
Outro, que talvez passe até batido por uns é o Homem-Aranha, que apesar de ter as cores vermelho e azul , seu uniforme as usa de forma mais simpática (ao menos não parece estar enrolado numa bandeira!). Claro que há muitos outros que seguem nessa mesma linha, cujo o uniforme faz referencia a bandeira ianque, mas basta alguns exemplos para ilustrar o assunto.
Mas afinal, o que que tem demais no fato dos uniformes deles terem essas cores? A resposta não é puro e simples patriotismo, se fosse isso ou só isso tudo bem, mas o problema é que na realidade essas personagens são formas de representar os Estados Unidos, uma forma indireta de dizer que esse país é “do bem” e que eles estão sempre prontos para salvar o mundo. Mais subliminarmente, é uma maneira de dizer “nós somos poderosos, vencemos qualquer inimigo nós estamos do lado certo e quem está contra nós está errado e é do mal”.
Pois é caro leitores, é essa a intensão deles com essas personagens, uma forma de marketing subliminar, mais ou menos como fizeram na década de 1980, com os filmes do Rambo, Duro de Matar, Maquina Mortífera, entre tantos outros que fizeram muitas pessoas desinformadas terem medo dos soviéticos (hoje em dia mafia russa) assim como aconteceu e ainda com outros países e etnias ( que o diga nos latinos americanos que sempre aparecemos em filmes como prisoneiros em cadeias dos Estados Unidos, ou como membros de gangues).
Mas houve quem criticasse essa forma de ver o mundo dos norte americanos, me refiro ao seriado Chapolin que foi uma sátira criada por Chespirito, o eterno Chaves, aos super-heróis americanos. Enquanto estes eram musculosos, fortes, super-poderosos e venciam na maioria das vezes utilizando a força bruta, Chapolin era magrelo, medroso, baixinho e se utilizava da “inteligência” ou da “sua astúcia” pra combater os grandes vilões.
Em alguns episódios, a crítica aos heróis americanos se torna ainda mais visível, com as aparições de Super Sam, interpretado por Ramón Valdés, o ainda mais eterno Seu Madruga, um super-herói tipicamente americano. O personagem tem em seu uniforme as cores da bandeira dos EUA, utiliza expressões em inglês, e carrega um saquinho de dinheiro, numa crítica direta ao capitalismo selvagem dos Estados Unidos, país conhecido como a Terra do Tio Sam.
Deixando claro que, particularmente, isso não me incomoda nem um pouco, muito pelo contrário. Meu guarda-roupas está repleto de “patriotismo norte-americano”. Independente de seu real significado, é inegável que essa combinação de cores é mais do que agradável.
Assim sendo, fãs e revendedores de roupas agradecem.
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